:: texto: Marcio Angelotti
Cão guia é um tipo de cão de assistência. É um animal adestrado para guiar pessoas cegas ou com deficiência visual grave, ou auxiliá-los nas tarefas caseiras.
Durante a condução dos deficientes visuais o cão deve ter a capacidade de discernir eventuais perigos devidos a obstáculos suspensos, o que requer cães de inteligência bastante elevada e treinamento avançado. Embora os cães sejam treinados para desviar de vários obstáculos, são capazes de distinguir cores como o verde e vermelho, não podendo, no entanto, interpretar um semáforo. São treinados para observar o fluxo da área a ser percorrida e daí sim realizar a ação desejada com segurança.
Pucca em momento de descontração: Ao contrário do que
muitos pensam, a vida de um Cão guia não é só de trabalho
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O Brasil tem cerca de 60 cães guia para 1,4 milhão de cegos, segundo ong's. As filas de espera para receber o animal são de tempo indeterminado. Trazer cachorros do exterior é alternativa para quem pode pagar. O deficiente visual que pensa em trocar a bengala por um cão-guia tem duas alternativas no Brasil: aguardar pacientemente na fila de espera de uma ONG por tempo indeterminado ou comprar o animal fora do país. Em média, o treinamento de um cão para que se torne um cão-guia leva dois anos e custa mais de R$25.000,00. A coordenadora do Projeto Cão-guia, Michele Pottker, afirma que há cerca de 300 deficientes visuais na fila de espera da instituição Helen Keller. A ONG tem capacidade para entregar 25 cachorros por ano, mas, por falta de recursos, em 2009, preparou apenas quatro. No total, em nove anos, o projeto beneficiou 35 pessoas. Já quem tem dinheiro para adquirir um cão no exterior precisa pagar a viagem e os gastos do período de adaptação de cerca de um mês para integrar animal e dono, além do valor cobrado pelo bicho. Características para se tornar um cão-guia Além de saúde perfeita, o animal tem que ser isento de agressividade para se tornar um cão-guia. Segundo especialistas, algumas raças podem ser usadas na função, tais como boxer, dálmata e pastor-alemão, mas o que realmente importa é o temperamento. Por isso, 95% dos animais treinados são das raças labrador e golden retriever, reconhecidas como muito dóceis e trabalhadoras. Um animal ajuda a inserir um deficiente visual no convívio social. O papel do cão-guia não é apenas locomover, mas ajudar a integrar o cego na sociedade. Se a pessoas tem um cachorro, outras naturalmente chegam perto e iniciam uma conversa. Com a bengala, o cego fica sempre excluído. A Lei Federal número 11126, de 27/06/2005 dispõe sobre o direito do portador de deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhado de cão-guia. Essa Lei é regulamentada pelo decreto número 5904, de 21/09/2006. Leia também:
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