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Os cães na literatura 
Os cães na literatura
Os cães estão presentes na literatura desde Homero (século VIII a.C.)

O estreito relacionamento entre cães e o homem está estampado na produção criativa humana ao longo dos tempos. E a literatura é um dos campos em que esse argumento pode ser comprovado.

Um bom exemplo disso é o livro Da dificuldade de ser cão, do escritor francês Roger Grenier (Companhia das Letras, 2002). Nele o autor narra 40 histórias em que os personagens principais são eles, nossos melhores amigos, os cães, e seus donos famosos. Em homenagem a seu “cãopanheiro” de longa data Ulisses, Grenier cita a relação de Freud, Camus, Sartre, Kafka e seus cães.

Em “Odisséia”, de Homero, por exemplo, o cão já está presente – talvez seja das primeiras citações sobre a relação entre cães e homens na história da literatura. Quando o personagem Ulisses retorna de suas aventuras à ilha de Ítaca travestido de mendigo, é reconhecido apenas por seu cão Argos que, já idoso, consegue somente abanar o rabo. Ulisses, que acreditava não ter mais lágrimas, chora.

Mais contemporâneo, “Flush”, de Virginia Wolf, conta a vida de Elizabeth Barret-Browning e seu marido Robert Browning a partir da perspectiva de Flush, um cocker spaniel dourado, e seu vasto mundo olfativo. Paul Auster também escreveu a obra “Timbuktu”, protagonizado pelo vira-lata Mr. Bones que, depois da morte de seu dono, busca um novo lar pelas ruas dos Estados Unidos.

No Brasil, clássicos da literatura eternizaram cães. Baleia, a cadelinha do romance “Vidas Secas” (1938), de Graciliano Ramos, tenta fugir da seca que devasta o nordeste brasileiro junto a seus donos, a família de Fabiano, Sinhá Vitória, menino mais velho e menino mais novo. A historia foi transformada, inclusive, em filme dirigido por Nelson Pereira dos Santos em 1963. Em “Quincas Borba”, de Machado de Assis, publicado em 1891, o romance gira em torno da vida do ex-professor Pedro Rubião, que se torna enfermeiro e discípulo do filósofo Quincas Borba.

Com o falecimento de Borba no Rio, Rubião é nomeado herdeiro universal do filósofo, sob a condição de cuidar de seu cachorro, de nome Quincas Borba também.

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